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200 _aA casa do diabo
_fMafalda Ivo cruz
210 _aLisboa
_cPublicações Dom Quixote
_d2000
215 _a292 p.
225 _aAutores de língua portuguesa
330 _aUm homem debate-se, como todos os homens, com a sombra do seu pai. Dele, e do pai, não chegaremos nunca a saber tudo, tal como nunca se chega a saber tudo a respeito e de ninguém. Uma mulher dorme, depois acorda. Também ela possuída por uma violência surda feita de memórias de que não chega a ter totalmente consciência. Ambos vivem como cegos. Já que todos vivemos assim e é a nossa condição. A ficção tenta abarcar essa solidão da noite que é preciso atravessar. Tenta, ao tentar dar-lhe uma estrutura narrativa, pensar a narrativa, pensar a noite. Embora saiba que nunca poderá ir mais longe que a metáfora. E que só as palavras o barulho, o som, eventualmente a música, poderão pretender ser realidade «criada». Ou seja: antes disto havia tudo isto. Depois disto, desta tentativa de «narrar», continuará a haver a mesma coisa, a noite. Uma noite cuja essência escapa para sempre. Uma noite mais vasta, indiferente a tudo. Estas vozes que saem da noite, talvez se tornem «reais», por um instante. Talvez até fiquem, como uma «realidade particular». Mas não definem nada. Nem há verdadeiramente julgamentos de valor. Porque tanto a autora como os personagens sabem, cada um na sua subjectividade, que tudo isso é vão
606 _915
_aLiteratura Portuguesa
675 _a821.134.3
_vPt
_zpor
700 _9284
_aCruz
_bMafalda Ivo
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830 _cTânia Croca
_d31/12/2021
990 _cLIVROS