000 02284nam 22001933 4500
001 33
090 _a33
100 _a20220413d u||y0frey50 ba
200 _aSilêncio para 4
_fRuben A.
210 _a[Lisboa]
_cMoraes editores
_d1973
215 _a271 p.
225 _aCírculo de prosa
330 _aNuma tarde invernosa, Ana, sentindo que em cinco anos não conseguiu abrir uma frecha por onde pudesse entrar a paixão, decide deixar-lhe as chaves e ir-se embora. Contrariamente à sua amante, para quem o acto de amar representa uma entrega total, sagrada e secreta, ele acredita na liberdade do amor, liberdade que o impossibilita de escolher por ela e de lhe pedir que não parta, limitando-se a explicar-lhe que "o amanhã no amor sem amanhã" se resume a tristeza e vácuo. Permanecem na cama, abraçando-se e falando sobre amores passados, ancorados para a eternidade, inolvidáveis. Ana apercebe-se que nutre por ele a paixão que ele sentiu por outra, e que o impede agora de a amar. Ele relembra-lhe a paixão não correspondida que outro teve por ela. "Silêncio Para 4" assemelha-se a uma peça de teatro em um único acto, onde se caracteriza um amor de desencontros e ausências, no qual planos adiados são substituídos por descrições imaginárias de passeios na altura da Primavera ("Se fôssemos todos os dias à praia, era terrível, melhor alimentar a imaginação aqui na cama, é precisa muita imaginação para viver aqui estes anos todos, assim gostando um do outro"). Em vez de presentear Ana com "um dia fora do mundo", ele fá-la deitar-se enquanto escreve a história da imaginação de quatro pessoas que gostam umas das outras por fantasia, "fazendo amor, falando de amor, trocando amor, conversando de amor, falando de nada". De quatro pessoas vivendo em silêncio por dependerem de palavras, "palavras que não servem para saxofone palavras que evitam o amor que nunca fazem amor o amor é silêncio intimidade a palavra estraga rompe o amor não deixa o homem entrar na mulher palavras que ficam estampadas na roupa a secar pendurada em todos os bairros altos do mundo"
606 _915
_aLiteratura Portuguesa
675 _a821.134.3
700 _954
_aA.
_b Ruben
801 _aPT
_bBMVN
_gRPC
830 _cTânia Croca
_d24/05/1996
990 _cLIVROS