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090 _a371
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200 _aContos vagabundos
_fMário de Carvalho
210 _aLisboa
_cEditorial Caminho
_d2000
215 _a156 p.
225 _aO campo da palavra
330 _aEu vejo raramente um amigo que é dado à quietação e sofrido de enfados. Trabalha nunca percebi em quê, dizem que negócios sedentários e rendíveis. Ele uma vez tentou explicar-me, mas aborreceu-se a meio, e eu também. Deixámos o bocejo para as calendas. O que nele é mais irritante é aquilo que a ciência popular designa por «saúde mental», défice de atribulações de alma. Volta e meia está casado, ou amigado, volta e meia, não. Tenho de usar de cautela para não lhe trocar o nome das companheiras, mais por elas que por ele. Tem filhos dispersos por idades, em lugares distantes, vai pagando pensões e almoços confirmativos de paternidade, pelas festas apropriadas. Não é feliz, nem infeliz, antes pelo contrário. Conhecemo-nos em miúdos no liceu e encontramo-nos quando calha. Sabe responder a um silêncio com outro silêncio, qualidade sem preço. É possível ler tranquilamente os semanários a seu lado. Numa destas Primaveras chamou-me da sua casa de praia, arribada nuns penhascos oceânicos, ao norte de Santa Rita. Detesto meter-me à estrada, mas ele insistiu: Tinha uma coisa para me mostrar. Valia a pena? Sim
606 _915
_aLiteratura Portuguesa
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_aContos
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_aCarvalho
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_d31/12/2021
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