000 | 02094nam a2200217 4500 | ||
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001 | 385 | ||
010 | _a9789722107754 | ||
090 | _a385 | ||
100 | _a20220524d u||y0frey50 ba | ||
200 |
_aA inaudita guerra da avenida Gago Coutinho _ee outras histórias _fMário de Carvalho |
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205 | _a3ª ed | ||
210 |
_aLisboa _cEditorial Caminho _d1992 |
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215 | _a87 p. | ||
225 | _aO campo da palavra | ||
330 | _aO grande Homero às vezes dormitava, garante Horácio. Outro poetas dão-se a uma sesta, de vez em quando, com prejuízo da toada e da eloquência do discurso. Mas, infelizmente, não são apenas os poetas que se deixam dormitar. Os deuses também. Assim aconteceu uma vez a Clio, musa da História que, enfada da imensa tapeçaria milenária a seu cargo, repleta de cores cinzentas e coberta de desenhos redundantes e monótonos, deixou descair a cabeça loura e adormeceu por instantes, enquanto os dedos, por inércia, continuavam a trama. Logo se enlearam dois fios e no desenho se empolou um nó, destoante da lisura do tecido. Amalgamaram-se então as datas de 4 de Junho de 1148 e de 29 de Setembro de 1984. Os automobilistas que nessa manhã de Setembro entravam em Lisboa pela Avenida Gago Coutinho, direitos ao Areeiro, começaram por apanhar um grande susto, e, por instantes, foi, em toda aquela área, um estridente rumor de motores desmultiplicados, travões aplicados a fundo, e uma sarabanda de buzinas ensurdecedora. Tudo isto de mistura com retinir de metais, relinchos de cavalos e imprecações guturais em alta grita. É que, nessa ocasião mesma, a tropa do almóada Ibn-el-Muftar, composta por berberes, azenegues e árabes em número para cima de dez mil, vinha sorrateira pelo valado, quase à beira do esteiro rio que ali então desembocava, com o propósito de pôr cerca às muralhas de Lixbuna, um ano atrás assediada e tomada por hordas de nazarenos odiosos | ||
606 |
_915 _aLiteratura Portuguesa |
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675 |
_a821.134.3 _vPT _zpor |
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700 |
_9302 _aCarvalho _bMário de |
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801 |
_aPT _bBMVN _gRPC |
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830 |
_cTânia Croca _d31/12/2021 |
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990 | _cLIVROS |