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200 1 _aMudança
_fVergílio Ferreira
_gpref. Eduardo Lourenço
205 _a5ª ed
210 _aVenda Nova
_cBertrand Editora
_d1991
215 _a263, [1] p.
225 _aObras de Vergílio Ferreira
330 _aSó. De fora, vinham remotos ruídos, como a vibração da franja de um sonho ou de febre. Na ponta do seu olhar cansado, Bruno via a vida rolar ligeira, inconsciente, fechada como uma esfera. Homens de face torva abria, navalhas no escuro das algibeiras. Homens desvairados estoiravam no breve instante. Punhais, risos, sonhos, olhos de esperança e de lágrimas, ódio, amor – tudo rolava, largamente, para o silêncio sem tempo. Havia um mistério sombrio num destino assim. Os homens sonhavam-se deuses, porque só um signo de eternidade lhes justificava um passo, uma ideia. Cobertos de ignomínia, de punhos sangrentos, tinham sempre um brado para a distancia ilimitada, um sonho que lhe aureolasse a lepra e o sangue. A morte vinha e cortava-os justamente pelo limite dos eu brado. Trágicos e grandes, desgraçados e magníficos, quando tombavam, enfim, os outros homens cobriam-nos de dó e de pasmo. Um momento, na história, alguns homens acordaram em vida e, doidos, de coragem, mediram-se no seu tamanho. Pedro assim fez. Mas logo viram a sua temeridade, o abismo aberto à frente do seu heroísmo sinistro
606 _915
_aLiteratura Portuguesa
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_d31/12/2021
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