000 01662nam a2200205 04500
001 901
010 _a9727592953
090 _a901
100 _a20010507d2000 em y0pory5003 ba
200 1 _aNenhum olhar
_fJosé Luís Peixoto
210 _aLisboa
_cTemas e Debates
_d2000
215 _a191 p.
225 2 _aLusografias
_v3
330 _aJosé olha de frente e pensa. Pensa na mulher e no que o diabo lhe disse na venda sobre ela. E pensa no dia em que as cigarras se calarão na planície e os ramos mais finos dos sobreiros e das oliveiras se tornarão pedra. Trinta anos mais tarde, José, filho de José olha o sol de frente e pensa. Pensa na mulher do primo e no que o diabo anda a dizer ao primo na venda sobre eles. E pensa no instante em que nada restará, nem mesmo o silêncio em que nada restará, nem mesmo o silêncio que fazem todas as coisas ao olhar-nos. Nenhum Olhar marca, afirmamo-lo sem sombra de dúvida o surgimento de uma voz radicalmente nova e importante panorama literário português contemporâneo. Uma voz com a qual não vamos doravante poder deixar de contar. Uma voz que se afirma desde as primeiras páginas deste romance e arrasta inexoravelmente o leitor para lugares, emoções e encontros de uma beleza – terrível como só a beleza pode ser – nunca dantes percorrida, que desemboca num território tão imenso, numa vastidão tão grande que só a planície os poderia conter, que só um sol do tamanho do universo os poderia iluminar
606 _915
_aLiteratura Portuguesa
675 _a821.134.3
_vPT
_zpor
700 _aPeixoto
_bJosé Luís
_9722
801 0 _aPT
_gBMVN
_bRMBL
830 _cTânia Croca
_d31/12/2021
990 _cLIVROS