Tít. orig.: The fire from within

Carlos Castaneda era um estudante de antropologia numa universidade americana quando encontrou D. Juan pela primeira vez. Isto passou-se em 1960 e Castaneda recolhia informações sobre plantas medicinais. Afinal esse encontro viria a transformar a vida do jovem estudante, que se tornou por longos anos aprendiz do misteriosos brujo índio – na realidade um nagual detentor de conhecimentos que assentavam em tradições iniciáticas milenares dos Toltecas. Castaneda fixou os ensinamentos de D. Juan numa forma narrativa, em vários livros que começou a publicar ainda na década de 60. Essas obras foram lidas por milhões de pessoas em todo o mundo, desde logo consideradas como um importante documento sobre uma civilização inteiramente diversa da ocidental e um brilhante contributo para o património da humanidade, no que toca às potencialidades desconhecidas da nossa mente. Em O Fogo Interior o autor oferece-nos visões de arrebatadora estranheza no que é um retrato acabado dos ensinamentos de D. Juan, de extraordinária coerência e alcance nas suas mais desafiadoras implicações. É uma leitura que nos faz perder as nossas coordenadas habituais, entre outras razões porque não podemos «arrumá-la» nas categorias em que talvez a quiséssemos encaixar – relato científico?, romance de um género talvez próximo do realismo fantástico? Pouco importa realmente, o que conta é a maneira como nos toca, nos comove ou nos faz rir. A maneira como porventura nos torna mais humanos