O arrebatado herói desta obra, situada na polónia no final do século XIX, é Yasha Mazur, personagem fascinante que nos deixa perplexos perante as múltiplas facetas do seu carácter: mago, céptico, amante hipnotizador, equilibrista no arame, apóstata, escapista e santo.
Apesar da sua destreza, que faz dele o mais popular artista de Varsóvia, permanece ignorado fora da Polónia. O desejo de ser conhecido no estrangeiro leva-o a arquitectar um plano de fuga para Itália com Emília, uma das suas amantes. Para o pôr em prática, Yasha envereda pelo crime, e, perseguido pela fatalidade, semeia em seu redor a destruição o abandono, o desespero e a morte.
Resta-lhe regressar a Lublim, sua cidadezinha natal, e a sua mulher, Esther. Ali se encontra consigo, e, numa vida de penitência auto-imposta, descobre um Alguém que sempre sentiu presente – Deus.
Isaac Bashevis Singer, escritor judeu, Prémio Nobel da Literatura em 1978, revela-nos nesta obra um, pouco da cultura e tradição judaicas, enquanto com admirável poder criativo confere à palavra um poder quase plástico.
Em Yasha Mazur encontramos a violência das paixões, a vulnerabilidade da dimensão humana, a angústia das dúvidas, a hesitação perante as múltiplas verdades, a vergonha da própria fraqueza. Yasha Mazur, o mago, à imagem e semelhança do homem!