Gaspar, Belchior & Baltasar / Michel Tournier ; trad. Virgílio Martinho
Menção da edição: 2ª ed.Publicação: Lisboa : Dom Quixote, 1986Descrição: 233 p.Coleção: Ficção universal, 1Resumo: O episódio dos Reis Magos, e a homenagem nele implícita que povos longínquos e pagãos assim prestaram àquele que, na tradição judeu-cristã, veio para salvar o mundo, tem exercido desde há dois mil anos um inegável e misterioso fascínio. Quem eram esses homens que haviam deixado os seus reinos, os seus palácios e a sua gente, para seguirem, o cometa que os levaria até Belém? Os Evangelhos quase os não mencionam, e quer a História quer a lenda são por isso avaras de informações a seu respeito. Michel Tournier decidiu preencher esse vazio. Cada um dos Magos conta a sua própria odisseia, diz-nos das motivações que o levaram a empreender a viagem: Gaspar, o rei negro, sofrera um desgosto de amor; Belchior fora expulso do trono por um golpe de Estado e tivera de fugir para salvar a vida; Baltazar buscava a reabilitação das imagens, votadas à destruição pela fanática ortodoxia do seu clero. E Taor… Porque, é claro, havia Taor – o quarto Rei Mago, aquele que desde sempre estivera destinado a faltar ao encontro de Belém para se tornar, após S. João Baptista, o primeiro mártir do Cristianismo. Taor que, acaso juntamento com Herodes – mas pelas razões inversas –, é a mais comovente figura desta obra de Michael Tournier, possivelmente a única a haver colhido a totalidade da mensagem cristã. Mas o facto de esta verdadeira recriação mítica das fontes da espiritualidade ocidental atingir os seus pontos culminantes ao tratar do mais cruel e do mais fútil dos personagens que por ela perpassam, de um Herodes desesperado e traído por todos e por um Taor que apenas partira em busca de uma guloseima, talvez tenha que ver com a própria essência daquela espiritualidade que, no Ocidente, nos tem sempre lançado a sua interrogação entre os dois limiares da violência e da treva do superficial império dos sentidos.Assunto - Nome comum: Literatura EstrangeiraTipo de documento | Biblioteca actual | Cota | Estado | Data de devolução | Código de barras |
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Livro | Biblioteca Municipal de Vendas Novas | LE TOU/GAS (Ver prateleira(Abre abaixo)) | Disponível | 100000001425 |
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LE TOL/SEN O Senhor dos Anéis I | LE TOR/CRO Crónica do Rei Pasmado | LE TOR/ILH As ilhas extraordinárias | LE TOU/GAS Gaspar, Belchior & Baltasar | LE TRE/RES Restauração | LE VAN/PRE Um presente das estrelas | LE VAR/LIT Lituma nos Andes |
O episódio dos Reis Magos, e a homenagem nele implícita que povos longínquos e pagãos assim prestaram àquele que, na tradição judeu-cristã, veio para salvar o mundo, tem exercido desde há dois mil anos um inegável e misterioso fascínio. Quem eram esses homens que haviam deixado os seus reinos, os seus palácios e a sua gente, para seguirem, o cometa que os levaria até Belém? Os Evangelhos quase os não mencionam, e quer a História quer a lenda são por isso avaras de informações a seu respeito.
Michel Tournier decidiu preencher esse vazio. Cada um dos Magos conta a sua própria odisseia, diz-nos das motivações que o levaram a empreender a viagem: Gaspar, o rei negro, sofrera um desgosto de amor; Belchior fora expulso do trono por um golpe de Estado e tivera de fugir para salvar a vida; Baltazar buscava a reabilitação das imagens, votadas à destruição pela fanática ortodoxia do seu clero. E Taor…
Porque, é claro, havia Taor – o quarto Rei Mago, aquele que desde sempre estivera destinado a faltar ao encontro de Belém para se tornar, após S. João Baptista, o primeiro mártir do Cristianismo. Taor que, acaso juntamento com Herodes – mas pelas razões inversas –, é a mais comovente figura desta obra de Michael Tournier, possivelmente a única a haver colhido a totalidade da mensagem cristã.
Mas o facto de esta verdadeira recriação mítica das fontes da espiritualidade ocidental atingir os seus pontos culminantes ao tratar do mais cruel e do mais fútil dos personagens que por ela perpassam, de um Herodes desesperado e traído por todos e por um Taor que apenas partira em busca de uma guloseima, talvez tenha que ver com a própria essência daquela espiritualidade que, no Ocidente, nos tem sempre lançado a sua interrogação entre os dois limiares da violência e da treva do superficial império dos sentidos
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