Local cover image
Local cover image

Gaspar, Belchior & Baltasar / Michel Tournier ; trad. Virgílio Martinho

Autor principal: Tournier, Michel, 1924-2016Autor secundário: Martinho, VirgílioMenção da edição: 2ª ed.Publicação: Lisboa : Dom Quixote, 1986Descrição: 233 p.Coleção: Ficção universal, 1Resumo: O episódio dos Reis Magos, e a homenagem nele implícita que povos longínquos e pagãos assim prestaram àquele que, na tradição judeu-cristã, veio para salvar o mundo, tem exercido desde há dois mil anos um inegável e misterioso fascínio. Quem eram esses homens que haviam deixado os seus reinos, os seus palácios e a sua gente, para seguirem, o cometa que os levaria até Belém? Os Evangelhos quase os não mencionam, e quer a História quer a lenda são por isso avaras de informações a seu respeito. Michel Tournier decidiu preencher esse vazio. Cada um dos Magos conta a sua própria odisseia, diz-nos das motivações que o levaram a empreender a viagem: Gaspar, o rei negro, sofrera um desgosto de amor; Belchior fora expulso do trono por um golpe de Estado e tivera de fugir para salvar a vida; Baltazar buscava a reabilitação das imagens, votadas à destruição pela fanática ortodoxia do seu clero. E Taor… Porque, é claro, havia Taor – o quarto Rei Mago, aquele que desde sempre estivera destinado a faltar ao encontro de Belém para se tornar, após S. João Baptista, o primeiro mártir do Cristianismo. Taor que, acaso juntamento com Herodes – mas pelas razões inversas –, é a mais comovente figura desta obra de Michael Tournier, possivelmente a única a haver colhido a totalidade da mensagem cristã. Mas o facto de esta verdadeira recriação mítica das fontes da espiritualidade ocidental atingir os seus pontos culminantes ao tratar do mais cruel e do mais fútil dos personagens que por ela perpassam, de um Herodes desesperado e traído por todos e por um Taor que apenas partira em busca de uma guloseima, talvez tenha que ver com a própria essência daquela espiritualidade que, no Ocidente, nos tem sempre lançado a sua interrogação entre os dois limiares da violência e da treva do superficial império dos sentidos.Assunto - Nome comum: Literatura Estrangeira
Etiquetas desta biblioteca: Sem etiquetas desta biblioteca para este título. Iniciar sessão para acrescentar etiquetas.
Pontuação
    Classificação média: 0.0 (0 votos)
Exemplares
Tipo de documento Biblioteca actual Cota Estado Data de devolução Código de barras
Livro Biblioteca Municipal de Vendas Novas
LE TOU/GAS (Ver prateleira(Abre abaixo)) Disponível 100000001425

O episódio dos Reis Magos, e a homenagem nele implícita que povos longínquos e pagãos assim prestaram àquele que, na tradição judeu-cristã, veio para salvar o mundo, tem exercido desde há dois mil anos um inegável e misterioso fascínio. Quem eram esses homens que haviam deixado os seus reinos, os seus palácios e a sua gente, para seguirem, o cometa que os levaria até Belém? Os Evangelhos quase os não mencionam, e quer a História quer a lenda são por isso avaras de informações a seu respeito.
Michel Tournier decidiu preencher esse vazio. Cada um dos Magos conta a sua própria odisseia, diz-nos das motivações que o levaram a empreender a viagem: Gaspar, o rei negro, sofrera um desgosto de amor; Belchior fora expulso do trono por um golpe de Estado e tivera de fugir para salvar a vida; Baltazar buscava a reabilitação das imagens, votadas à destruição pela fanática ortodoxia do seu clero. E Taor…
Porque, é claro, havia Taor – o quarto Rei Mago, aquele que desde sempre estivera destinado a faltar ao encontro de Belém para se tornar, após S. João Baptista, o primeiro mártir do Cristianismo. Taor que, acaso juntamento com Herodes – mas pelas razões inversas –, é a mais comovente figura desta obra de Michael Tournier, possivelmente a única a haver colhido a totalidade da mensagem cristã.
Mas o facto de esta verdadeira recriação mítica das fontes da espiritualidade ocidental atingir os seus pontos culminantes ao tratar do mais cruel e do mais fútil dos personagens que por ela perpassam, de um Herodes desesperado e traído por todos e por um Taor que apenas partira em busca de uma guloseima, talvez tenha que ver com a própria essência daquela espiritualidade que, no Ocidente, nos tem sempre lançado a sua interrogação entre os dois limiares da violência e da treva do superficial império dos sentidos

Não há comentários disponíveis sobre este título.

para publicar um comentário.

Clicar numa imagem para a ver no visualizador de imagens

Local cover image

Powered by Koha