Invocação ao meu corpo / Vergilio Ferreira : ensaio com um post scriptum sobre a revolução estudantil
Menção da edição: 3ª ed.Publicação: Venda Nova : Bertrand Editora, 1994Descrição: 359 p.ISBN: 9722508393.Resumo: E eis pois que regresso ao nosso corpo é o termo da nossa viagem que nos coube. A maravilha que o transfigura pelo espírito que nele encarnou abre irresistivelmente para o «porquê» que a justifique. Que a humildade de nós torne humilde esse «porquê». Não se sonha obviamente um regresso adâmico ou ao «bom selvagem», sequer a um estéril e pequeno hedonismo. Porque se começarmos no nada, sabemos o que nele recusamos; e o hedonismo desiste de ir além da sensibilidade. A cultura que se põe em causa e os mitos que vinham nela existem como a morada que se abandonou e não fala já ao nosso conforto – e ela é assim, de algum modo, um ponto de partida, ela envolve largamente a memória do que se rejeita. No regresso ao corpo se implica somente a certeza, que até certo ponto é nova, de tudo o que é para o homem foi do homem que nasceu, que todo o mistério, todo o indizível, toda a transfiguração e beleza são uma criação do homem com que a si próprio se cria, que os valores objectivados são valores subjectivos, que toda a ordem da vida é uma ordem humana, sem transcendência que a disfarce numa ordem divina, que o homem, pelo espírito encarnado, ou seja, pelo seu corpo humano, é definitivamente o se verdadeiro Deus.Assunto - Nome comum: Literatura PortuguesaTipo de documento | Biblioteca actual | Cota | Estado | Data de devolução | Código de barras |
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Livro | LP FER/INV (Ver prateleira(Abre abaixo)) | Disponível | 100000016394 |
E eis pois que regresso ao nosso corpo é o termo da nossa viagem que nos coube. A maravilha que o transfigura pelo espírito que nele encarnou abre irresistivelmente para o «porquê» que a justifique.
Que a humildade de nós torne humilde esse «porquê». Não se sonha obviamente um regresso adâmico ou ao «bom selvagem», sequer a um estéril e pequeno hedonismo. Porque se começarmos no nada, sabemos o que nele recusamos; e o hedonismo desiste de ir além da sensibilidade. A cultura que se põe em causa e os mitos que vinham nela existem como a morada que se abandonou e não fala já ao nosso conforto – e ela é assim, de algum modo, um ponto de partida, ela envolve largamente a memória do que se rejeita. No regresso ao corpo se implica somente a certeza, que até certo ponto é nova, de tudo o que é para o homem foi do homem que nasceu, que todo o mistério, todo o indizível, toda a transfiguração e beleza são uma criação do homem com que a si próprio se cria, que os valores objectivados são valores subjectivos, que toda a ordem da vida é uma ordem humana, sem transcendência que a disfarce numa ordem divina, que o homem, pelo espírito encarnado, ou seja, pelo seu corpo humano, é definitivamente o se verdadeiro Deus
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