Ele e o outro / Hermen Hesse ; trad. Manuela de Sousa Marques ; pref. Delfim Santos
Menção da edição: 2ª ed.Publicação: Lisboa : Guimarães, 1989Descrição: 142 p.Resumo: Klein apalpou o revólver no bolso do sobretudo. Aquilo, o revólver, também era um instrumento imprescindível ao seu novo papel, à nova máscara e apetrechamento. Como era maçador, no fundo, e horrível, arrastar aquelas coisas consigo, até durante os curtos e envenenados sonos ter que as trazer com ele: um crime, papéis falsos, dinheiro escondido nos forros, o revólver, o nome falso. Tinha um sabor a histórias de salteadores, a dessorado romantismo, e tudo aquilo ficava tão mal a ele, Klein, pobre rapaz! Era nauseante, e nada de respirar livremente, de sentir-se liberto, como tinha esperado. Deus meu, porquê ter chamado tudo aquilo sobre ele, um homem quase nos quarenta, conhecido como honesto funcionário, pacato cidadão e pai de lindas crianças! Porquê? Ele sabia: tinha havido um impulso, um arranco, um ímpeto de tal modo forte que levara um homem como ele ao impossível; e só quando se lembrava disto, quando reconhecia essa força, esse impulso, quando se via em ordem interiormente, só então era possível qualquer coisa como respirar fundo.Assunto - Nome comum: Literatura EstrangeiraTipo de documento | Biblioteca actual | Cota | Estado | Data de devolução | Código de barras |
---|---|---|---|---|---|
Livro | Biblioteca Municipal de Vendas Novas | LE HES/ELE (Ver prateleira(Abre abaixo)) | Disponível | 100000003638 |
Tít. orig.: Klein und Wagner
Klein apalpou o revólver no bolso do sobretudo. Aquilo, o revólver, também era um instrumento imprescindível ao seu novo papel, à nova máscara e apetrechamento. Como era maçador, no fundo, e horrível, arrastar aquelas coisas consigo, até durante os curtos e envenenados sonos ter que as trazer com ele: um crime, papéis falsos, dinheiro escondido nos forros, o revólver, o nome falso. Tinha um sabor a histórias de salteadores, a dessorado romantismo, e tudo aquilo ficava tão mal a ele, Klein, pobre rapaz! Era nauseante, e nada de respirar livremente, de sentir-se liberto, como tinha esperado.
Deus meu, porquê ter chamado tudo aquilo sobre ele, um homem quase nos quarenta, conhecido como honesto funcionário, pacato cidadão e pai de lindas crianças! Porquê? Ele sabia: tinha havido um impulso, um arranco, um ímpeto de tal modo forte que levara um homem como ele ao impossível; e só quando se lembrava disto, quando reconhecia essa força, esse impulso, quando se via em ordem interiormente, só então era possível qualquer coisa como respirar fundo
Não há comentários disponíveis sobre este título.