Tít. orig.: Das Blütenstaubzimmer

Jo era muito pequena quando sua mãe, Lucy, fugiu de casa com o jovem amante. Entregue aos cuidados de um pai distante e profissionalmente falhado, ela conhece a insegurança, a solidão e o medo, tão precoce e intensamente que chega a tremer as próprias sombras. Quando aos dezassete anos decide procurar Lucy, Jo vê-se confrontada com um quadro profundamente depressivo, com uma mãe atormentada pelos seus demons, com uma reconciliação agridoce entra as fantasias da infância e a realidade adulta. Por muitos considerada como a voz da geração techno, dos filhos da geração de Maio de 68, esta obra fala-nos de um conflito com contornos muito especiais, até agora inusitados, entre pais que, perdido nas ruínas do seu próprio descalabro afectivo, não souberam crescer, e filhos obrigados a amadurecer por força das circunstâncias. Numa prosa lírica e incisiva, com uma força e beleza imagéticas surpreendentes, a autora descreve a busca de Jo pelo significado do amor e por um sentido para a sua vida, atravessando ritos de passagem sombriamente contemporâneos como o primeiro contacto com a droga ou as experiencias sexuais ensombradas pelo espectro da SIDA.