Mandei-lhe uma boca / Olga Gonçalves
Menção da edição: 3ª ed.Publicação: Lisboa : Editorial Caminho, 1987Descrição: 120 p.Coleção: O campo da palavraResumo: Já se sabe que o melhor é não julgar, mas neste caso eu julgo. Sou capaz de fechar os olhos e lembrar-me de tudo. De muita coisa que nunca repetirei. Que ao meu pai já lhe mandei uma boca. Mandei uma boca aos dois, ao meu pai e à minha mãe. Uns pais arranjaram a sua vidinha duma maneira, outros arranjam-na doutra. Pensando bem, parece que aceito melhor os que se estão marimbando, os menos obcecados. Serão egoístas, chamem-lhes o que quiserem. Para mim tem uma qualidade: deixam-nos experimentar uma porção de coisas, deixam-nos saber o que é estar a rebentar de desespero ou de solidão. Não acha que isto é muito importante? Importante porque só assim é que a gente se conhece e é que consegue tomar balanço. Mas a verdade é que os pais são todos uns grandes provocadores de problemas.Assunto - Nome comum: Literatura PortuguesaTipo de documento | Biblioteca actual | Cota | Estado | Data de devolução | Código de barras |
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Livro | LP GON/MAN (Ver prateleira(Abre abaixo)) | Disponível | 100000003410 |
Já se sabe que o melhor é não julgar, mas neste caso eu julgo. Sou capaz de fechar os olhos e lembrar-me de tudo. De muita coisa que nunca repetirei. Que ao meu pai já lhe mandei uma boca. Mandei uma boca aos dois, ao meu pai e à minha mãe.
Uns pais arranjaram a sua vidinha duma maneira, outros arranjam-na doutra. Pensando bem, parece que aceito melhor os que se estão marimbando, os menos obcecados. Serão egoístas, chamem-lhes o que quiserem. Para mim tem uma qualidade: deixam-nos experimentar uma porção de coisas, deixam-nos saber o que é estar a rebentar de desespero ou de solidão. Não acha que isto é muito importante? Importante porque só assim é que a gente se conhece e é que consegue tomar balanço. Mas a verdade é que os pais são todos uns grandes provocadores de problemas
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