Na andadura do tempo / Vítor da Rocha
Publicação: Porto : Campo das Letras, 1997Descrição: 191 p.ISBN: 972610050X.Coleção: Campo de estreia, 8Resumo: Antigamente o tempo não se escoava, antes passava de mão em mão, como a Sagrada Família, de pai para filho e deste para o neto, sempre na mesma ampulheta de trabalhos na terra, de geadas para o lavrador se pôr a pau, de torreiras em Agosto a argamassar os regos secos, de romarias a horas como as baladas das trindades. De modos que o tempo dos antigos era o mesmo dos novos e dos que ainda estavam para vir. Mas a roda das estações electrificou-se e desatou a girar sem pausas nem esperas pelos mais atrasados. Nas águas dos ribeiros e no lavradio caíram químicos e plásticos, o grão foi enferrujando nas arcas e as giestas e estevas são mais que as mães por entre as fragas e os torrões. Aguilhoados pelo colorido falso do ecrã, os novos foram à vida para outras paragens e até os pinhos desertam lentamente do interior, enegrecidos, no bojo das camionetas, iludidos pelos fogos arribados na liberdade de Abril. Restam poucos, calvos e brancos.Assunto - Nome comum: Literatura PortuguesaTipo de documento | Biblioteca actual | Cota | Estado | Data de devolução | Código de barras |
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Livro | LP ROC/AND (Ver prateleira(Abre abaixo)) | Disponível | 100000018641 |
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LP RIB/SER O servo de Deus | LP RIB/SOR O sorriso do lagarto | LP RIB/VIA A via sinuosa | LP ROC/AND Na andadura do tempo | LP ROC/HA Há outra humanidade no interior da terra? | LP ROC/HOR Hortênsio Miraflor | LP ROC/MEN A mentira sagrada |
Antigamente o tempo não se escoava, antes passava de mão em mão, como a Sagrada Família, de pai para filho e deste para o neto, sempre na mesma ampulheta de trabalhos na terra, de geadas para o lavrador se pôr a pau, de torreiras em Agosto a argamassar os regos secos, de romarias a horas como as baladas das trindades. De modos que o tempo dos antigos era o mesmo dos novos e dos que ainda estavam para vir.
Mas a roda das estações electrificou-se e desatou a girar sem pausas nem esperas pelos mais atrasados. Nas águas dos ribeiros e no lavradio caíram químicos e plásticos, o grão foi enferrujando nas arcas e as giestas e estevas são mais que as mães por entre as fragas e os torrões.
Aguilhoados pelo colorido falso do ecrã, os novos foram à vida para outras paragens e até os pinhos desertam lentamente do interior, enegrecidos, no bojo das camionetas, iludidos pelos fogos arribados na liberdade de Abril. Restam poucos, calvos e brancos
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